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"Quem viaja sem saber o que esperar da cidade que encontrará ao final do caminho, pergunta-se como será o palácio real, a caserna, o moinho, o teatro, o bazar. Em cada cidade do império, os edifícios são diferentes e dispostos de maneiras diversas: mas, assim que o estrangeiro chega à cidade desconhecida e lança o olhar em meio às cúpulas de pagode e claraboias e celeiros, seguindo o traçado de canais hortos de depósitos de lixo, logo distingue quais são os palácios dos príncipes, quais são os templos dos grandes sacerdotes, a taberna, a prisão, a zona. Assim - dizem alguns - confirma-se a hipótese de que cada pessoa tem em mente uma cidade feita exclusivamente de diferenças, uma cidade sem figuras e sem forma, preenchida pelas cidades particulares.". (Sobre Zoé. CALVINO, Italo. As cidades invisíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 1990).
“Estamos vendo a imagem da cidade. Ela é captada por um pássaro notívago a sobrevoar bem alto no céu. A cidade, em perspectiva, é um ser vivo gigante; um aglomerado de vidas que se entrelaçam. Inúmeros vasos sanguíneos estendem-se às mais recônditas extremidades do corpo, circulando o sangue e substituindo células, ininterruptamente. Através deles, novas informações são transmitidas e as antigas, recolhidas; novos desejos de consumo são transmitidos e os antigos, recolhidos; novas contradições são transmitidas e as antigas, recolhidas. [...] O gemido da cidade soa como uma melodia em baixo contínuo. Um gemido monótono e constante que incuba a percepção do porvir.”. (MURAKAMI, Haruki. Após o anoitecer. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009, trad. Lica Hashimoto).
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"Porque nossos corpos deveriam terminar na pele? Ou por que, além dos seres humanos, deveríamos considerar também como corpos, quando muito, apenas outros seres também encapsulados pela pele?". (HARAWAY, Donna. A manifesto for cyborgs)*.
"Se pensamos realmente no corpo como tal, não existe nenhum possível contorno do corpo como tal. Existem pensamentos sobre a sistematicidade do corpo, existem codificações que atribuem valores ao corpo. O corpo como tal não pode ser pensado e eu, certamente, não posso acessá-lo". (SPIVAK, Gayatri Chakravorty. "In a word" - entrevista com Ellen Rooney)*.
"Não existe natureza alguma, apenas efeitos de natureza: desnaturalização ou naturalização...". (DERRIDA, Jacques. Donner le temps)*.
(* Fragmentos citados por Judith Butler na epígrafe do texto Corpos que Pesam: sobre os limites discursivos do sexo. In: LOURO, Guacira Lopes (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2001, trad. Tomaz Tadeu da Silva.).
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"Articular historicamente o passado não significa conhecê-lo ‘como ele de fato foi’. Significa apropriar-se de uma reminiscência tal como ela relampeja no momento de um perigo. [...] A história é objeto de uma construção cujo lugar não é o tempo homogêneo e vazio, mas um tempo saturado de ‘agoras’”. (BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de história. In Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994).
"Contrariando o ditado latino e a canção brasileira,
RECORDAR NÃO É VIVER.
Segundo nós dois, eu e a Gertrude Stein.
A composição enquanto PRESENÇA dalguma coisa
e essa alguma coisa
SURGE
dentro da composição através dela pela primeira única vez".
(SALOMÃO, Waly. Poesia total. São Paulo: Companhia das Letras, 2014).
"A memória é uma ilha de edição". (Ibidem)
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“Mas a apropriação que a arte faz do aparato tecnológico que lhe é contemporâneo difere significativamente daquela feita por outros setores da sociedade, como a indústria de bens de consumo. Em geral, aparelhos, instrumentos e máquinas semióticas não são projetados para a produção de arte, pelo menos não no sentido secular desse termo, tal como ele se constitui no mundo moderno a partir mais ou menos do século XV.”. (MACHADO, Arlindo. Arte e mídia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007).
“[...] o mundo da tecnologia, não importa em que camada, não passa de um alargamento perfeitamente legítimo dos poderes físicos humanos. Portanto, todas as tecnologias são completamente humanistas, no sentido de pertencerem completamente ao organismo humano. E assim o artista deve dedicar-se atualmente a tarefas que são tão fantasticamente diferentes como as tecnologias que as criaram (CAMPOS, Augusto de. Poesia, antipoesia, antropofagia & cia. São Paulo: Cortez & Moraes, 1978)